Raciocina Comigo: E não é que o tempo não fechou?

quinta-feira, março 07, 2013




Manhã de quarta-feira. Dia ensolarado com cara de que, lá pra mais tarde, o tempo ia fechar. Parecia um bom dia. É, pena que só parecia. Como sempre, você e a sua mania doentia de estragar os meus dias. E eu quase pulei pra trás quando abri a porta e lá estava você. Calça jeans, camisa do Barça e headphone no pescoço. Quando você vai aprender que headphone é para escutar músicas e não um objeto de enfeite? E o que diabos você veio fazer aqui, nesse país? É, eu podia te segurado a minha língua dentro da boca mas, hey! Essa não seria eu.
- O que você está fazendo aqui?
- Oi. - Maldito sorriso torto.
- O que você está fazendo aqui?
- Não vai me convidar pra entrar?
- Não.
- Sempre tão fofa.
- Sempre tão inconveniente.
Silêncio constrangedor que poderia sumir de duas formas: beijo de cinema ou porta batida bem no meio da cara. E eu nem sabia qual era a minha maior vontade.
- Não vai responder?
Suspiro maldito e irritante. Nota mental de 5 ou 6 meses atrás: “Sinal de impaciência”.
- Vim te ver né, morena? - Apelidinho tosco e inconveniente.
“Vai embora!” “Fica!” “Suma!” “Convida ele pra entrar!” “Nunca!” “Cala a boca, cérebro!” “Vai tomar no cu, coração!”
- Já viu? Ótimo. Tchau.
- Espera. O Thiago está doente.
- Uau. - Riso de escárnio que ele odeia. Isso! - Como se ele não tivesse pai nem mãe.
- Ele é meu afilhado!
- Exato! Não seu filho! - Não, eu não ia estragar o meu bom dia com uma discussão à toa e desnecessária. - Olha, vai embora…
- Ei! Não dá pra gente conversar numa boa? Eu… Eu sinto a sua falta.
- Uhum, Deus está vendo. - Ri. Sim, ri. Um riso debochado e carregado de ironia. O riso que eu sinto vontade de jogar na sua cara desde aquela tarde que eu soube de tudo.
- Olha, eu sei que você deve estar me odiando…
- Não, você não sabe. Você não imagina o quanto eu te odeio. Na verdade, não faz a menor ideia.
Você abaixou os olhos e então eu percebi que aquilo te atingiu. Minha deixa. Ensaiei dizer aquilo por semanas.
- Eu chorei muito por você, sabia? Chorei. Demais, até. Mas eu percebi que a pergunta não era “Porque ele fez isso?” e sim, “Porque eu me importo?”…
- Por que você me ama…
- Amava. Do verbo “Quero que você vá para o inferno!”. E quero mesmo.
- Não quer, não… - Alerta de proximidade. Mão na nuca, lábios entreabertos e respiração acelerada. “What the hell…?”
- Para com isso! Olha aqui, eu quero você fora dessa casa e fora da minha vida. Eu não quero saber de você. Eu. Te. Odeio. Cai fora.
Alternativa correta: Porta batida bem no meio da cara.
E essa, foi a primeira vez que eu soube te dizer “Não”.

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