Greg tem apenas um amigo, Earl, com quem passa o tempo livre jogando videogame e (re)criando versões bastante pessoais de clássicos do cinema, até a sua mãe decidir que ele deve se aproximar de Rachel, colega de turma que sofre de leucemia. Contrariando todas as expectativas, os três se tornam amigos e vivem experiências ao mesmo tempo tocantes e hilárias, narradas com incrível talento e sensibilidade.

Sabe quando você deseja muito um livro e o quer a qualquer custo, mas quando lê, vê que não era bem o que você pensava? Odeio essa sensação de decepção (?). E foi bem assim que "Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer" fez eu me sentir. 

Greg é um garoto que não se encaixa em nenhum dos grupinhos comuns de ensino médio. E não é que ele não seja apto o suficiente para isso. Ele evita ser rotulado de qualquer maneira. Seu único amigo, Earl, é bastante explosivo, tem uma família complicada e os dois passam a maior parte do tempo que passam juntos, jogando videogame, vendo filmes antigos e os recriando da maneira mais tosca imaginável. E Greg está muito bem assim até que sua mãe resolve lhe pedir o "favor" de se aproximar de Rachel, uma garota com quem ele quase teve um relacionamento e que acabou de ser diagnosticada com leucemia.

Meio a contragosto, Greg começa a visitar Rachel, sem saber o que dizer ou como agir, já que o último encontro deles não foi nada agradável e ele não tem nenhum conhecimento sobre leucemia. Para ver se a coisa melhora, ele começa a ser acompanhado por Earl durante as vidas e quando a amizade e a consciência de que uma doença muito séria acometeu Rachel aparecem, eles resolvem fazer o melhor (e o pior) filme do mundo homenageando a garota antes que seja tarde demais.

"Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer" não é um livro triste, melodramático e as únicas lágrimas que você vai derramar ao longo da história, são de riso. Essa não é a história com lições de vida e frases de efeito sobre adolescentes que amadurecem sob circunstâncias difíceis. Não, nada disso. O livro mostra, é claro, um amadurecimento do Greg antes e após a Rachel, mas não é algo profundo e filosófico.

Uma curiosidade é que a maior parte dos diálogos é feito em formato de atos, como nas peças de teatro, sabe? Algo criativo e diferente de tudo que eu já lera antes. O livro perdeu alguns pontos comigo porque achei a história muito arrastada. Esperava um foco maior na história da Rachel e na produção do filme para ela. Outro ponto que me fez quase desistir de Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer, é que o Greg é muito pessimista e, no começo, é até engraçado, mas depois de um tempo fica bem chato continuar.

Na minha opinião, Eu, Você e A Garota Que Vai Morrer é um livro que desmistifica a ideia de que um livro sobre câncer ou qualquer outra doença deva ser uma história trágica ou de superação. Jesse Andrews sabe dosar humor e seriedade, mas peca na ironia e no excesso de informações. Achei a capa linda e é, com certeza, uma das mais bonitas da minha estante. As páginas são amareladas, de espaçamento e fonte agradáveis.