"Depois de tanto tempo separados, você não me ligou desde que eu voltei. É claro que eu não esperava algo imediato, mas já se passaram dois meses e nem um sinal de fumaça, um sms, uma coruja ou nada do tipo. Eu sei que deveria ter ligado, também. Pra falar a verdade, essa sim era a coisa certa a se fazer, já que a última palavra foi minha. Mas você sempre soube que eu era orgulhosa, mas me amava mesmo assim. Eu também te amava, mesmo não me permitindo admitir. Sabe, você não tem ideia do quanto dói dizer o verbo assim, no passado. “Amava” do verbo “não ama mais”? Não. “Amava” do verbo “morro de medo de você não sentir mais o mesmo”. Soube que você teve muitas namoradas. “Soube”? Dito assim, parece que alguém me contou. A verdade é que eu andei te stalkeando. É, daquele jeito bobo e ciumento. Aliás, que eu sou ciumenta, não é novidade pra ninguém. Acredita que, dia desses, encontrei aquela tua ex loirinha na rua e quase pulei no pescoço dela? Mas parei e pensei melhor. Você já namora com outra e ela sim, é que eu quero matar. Reli a última frase e parece ridículo. Mas, mais ridícula sou eu, às 00:23h, escrevendo para alguém que não me ligou, não ligará e que eu, provavelmente, perdi."