Desde pequena eu tenho dificuldade de entrosamento. Nunca fui boa em me encaixar em algum lugar, o que era muito ruim, já que com o tempo, eu desenvolvi a necessidade de agradar tudo e todos. Basicamente, o plano era que todos gostassem de mim. A parte difícil desse meu plano maluco é que esta é uma missão nada menos que impossível.

Não se pode agradar todo mundo, gregos e troianos, amantes do frio e do calor, céu e  inferno, essas coisas. Acho que conforme nós vamos crescendo e começamos a ter prioridades e a ter que fazer escolhas, o nosso jeito de andar, falar, pensar, vestir, não pode ficar mudando como se fôssemos um camaleão humano. É claro que antes de crescer definitivamente, nós passamos por vários períodos tentando nos achar, o que é completamente diferente de ser quem outro alguém quer que sejamos.

Hoje eu descobri que "gostar" é algo muito relativo. Se determinada pessoa não conversa muito contigo, isso não significa que ela te odeie, nem nada. Às vezes, o que falta, é uma aproximação de uma das partes. Acho que resolver se gosta ou não de alguém só deve ser feito após uma convivência. Tudo é questão de diálogo. Ou não.

Creio que o fator negativo que impera quando conhecemos alguém é pré-conceito, ou seja, é o conceito prévio que se desenvolve ser saber patavinas da pessoa. Eu nunca percebi isso tão claramente. Pra mim, para conquistar o carinho de um conhecido qualquer, eu precisava agir de modo que aquele qualquer visse em mim características parecidas com a sua. Mas isso nunca deu certo.

De fato, não daria. Talvez seja aquela coisa de "os oposto se atraem".

A verdade é que há certos sentimentos que se desenvolvem com o tempo, sem pressa, sem pressão. Devagar tudo dá certo. E se fulano ou ciclana não gostar de mim, mesmo após esse tempo, acontece. Nem Jesus Cristo agradou todo mundo. Porque eu, você ou o tio da melhor cantina da cidade conseguiria?