Insônia

quinta-feira, novembro 21, 2013


Eu ainda não fui capaz de te dizer adeus. E sei que a culpa é toda minha se hoje passo horas chorando no ouvido da minha melhor amiga. É culpa minha. Fui eu quem criou o maravilhoso mundo de Oz quando esse relacionamento não passava de uma verdadeira casa de Hades. Eu esperei de mais de um cara que sequer lembrava de alimentar o próprio gato. Quando foi que as coisas chegaram a esse ponto?

Por mais que me dissessem e me abrissem os olhos, eu não queria acreditar. Mas aí, como em um filme da sessão da tarde, eu acordei. Não completamente, você sabe como eu acordo. Abri os olhos, bocejei e, ainda meio tonta, fui entendendo o que os meus amigos tanto falavam. Você não era (e não é) pra mim. Passei meses servindo de peso pra equilibrar um namoro fadado ao fracasso e dizendo a mim mesma que tudo era uma questão de tempo. Quanto tempo? Sessenta, setenta anos, cinco filhos e quatro gatos depois? Não, querido, não comigo. 

Mas ainda tinha aquele time que dava um super apoio para que as coisas dessem certo (leia-se: a senhora sua mãe). O "time" me impedia de acordar. Quase uma força sobrenatural me puxando pra cama e dizendo: "Fica, se você não cuidar dele, ninguém vai". E eu voltava e dormia mais. Só que acordar no meio da noite virou algo tão frequente, que passei a ter insônia. E aí foi que a barraca desabou

As coisas (que nunca foram muito boas, sejamos sinceros) ficaram ainda piores, já que a minha leoa interior despertou e resolveu parar de se fazer de boazinha e princesa da paz. E é aí que entra a parte em que eu sou culpada. Eu poderia escolher entre duas opções: 1- Não esperar muito desse bregueço e ser mais pé no chão; ou 2- continuar acreditando em Oz. 

Como Oz não existe e eu fui realmente tosca de acreditar que você com essa maneira irritante de andar, falar e discordar de tudo que eu falo ou penso (além de ter diarreia bucal na maior parte do dia), acabei chorando horrores. Eu sei que pode soar bem hipócrita, já que eu pus um fim nisso tudo. Mas é inegável o papel importante que você e toda sua inutilidade tiveram na minha vida. Eu aprendi a desenvolver mais meu amor próprio, a não acreditar em canalhas e a acordar mais rápido. Muito obrigada. 

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