Depois de trabalhar arduamente por muito tempo alternando um emprego como executiva de vendas durante o dia com o de dançarina de pole dance à noite , Genevieve finalmente conseguiu juntar dinheiro para realizar seu sonho: comprar e reformar um barco e mudar-se para Kent, bem longe da estressante vida em Londres que tanto a aborrece. Tudo parece enfim perfeito. Até que, na festa de inauguração do barco, enquanto amigos de sua velha vida parecem zombar do que agora lhe é tão caro, um corpo aparece boiando próximo ao ancoradouro, e Genevieve reconhece a vítima. Ao perceber seu santuário flutuante maculado, e convencida de que sua vida também está em risco, Genevieve se vê novamente envolvida com o perigoso submundo de corrupção, crimes e traição do qual pensava ter finalmente escapado. E está prestes a descobrir os problemas de misturar negócios e prazer.

"Quem avisa, amigo é" e eu não acreditei muito nesse ditado quando me disseram que Vingança da Maré não parece ter sido escrito pela mesma autora de No Escuro (resenha aqui). Coloquei muita expectativa e agora estou com aquela sensação de quem vai caindo de um penhasco e caindo, caindo, caindo...

Genevieve acaba de realizar um sonho: comprar um barco, reformá-lo e deixar a vida conturbada que tinha em Londres. Ela era executiva de vendas durante o dia e à noite, trabalhava como dançarina numa casa noturna. Gen sempre gostou de dançar e, na Barclay, ela vê a oportunidade única de ganhar muito mais dinheiro para comprar o barco e fazer uma coisa que gosta. Quase o emprego dos sonhos. Quase.

Quando Genevieve percebe que as coisas estavam ficando complicadas na boate (já que desde que encontrara seu chefe do trabalho diurno por lá, sua vida virou um inferno), ela aceita a oferta de Dylan - um dos "seguranças" da boate, que parece ter um interesse nela - de ganhar 50 mil euros desde que ela carregasse consigo um pacote, que devia manter em segredo e segurança até que ele retornasse para buscar. Determinada a ter algo que a ligasse a ele, Gen aceita a proposta, se demite da Barclay, compra o barco e o reforma, sempre mantendo o pacote escondido. Escondido como seu passado em sua mente.

Genevieve tenta não lembrar de tudo que passou até que encontra um corpo boiando próximo a seu barco após a festa de inauguração. Ela reconhece a vítima como sendo um dos convidados que ela mais esperava ver na sua festa. Tudo volta à tona e ela tenta descobrir qual a relação do assassinato com o pacote deixado por Dylan, com sua antiga vida e com ela mesma.

A nossa personagem principal é - nada menos - que uma completa tapada (me perdoem a expressão). Sabe quando alguém diz: "Não faça, não faça, não faça, você não vai querer descobrir" e ela vai e faz? É claramente a Genevieve. Ela sempre fez tudo sem questionar, sem se envolver e sem querer saber, mesmo que tudo indicasse que era furada. Depois, quando só resta o babado, a confusão e a gritaria, ela quer encher os envolvidos de perguntas e se meter no que é, sem dúvidas, a maior enrascada. NÃO. DÁ.

Ainda tem a relação dela com o Dylan, que é um fiasco. O cara some, não dá notícias, não confia nela e ela continua com aquela esperança ridícula. Me poupe. Pra completar, quando um policial bonitão, bem disposto e determinado a fazê-la esquecer o que passou, além de protegê-la aparece, ela já não sabe o que fazer. O que mais me irrita é isso. Está tudo ali, estampado na cara dela, mas ela escolhe a indecisão.

Pra concluir, Elizabeth Haynes deixou uma centena de perguntas sem respostas. Não vou fazê-las aqui porque isso seria um spoiler sem tamanho, mas não tenho nem palavras para descrever o quanto fiquei decepcionada. Tantas coisas não foram explicadas, que eu vou sentar e esperar "Vingança da Maré 2". Eu sei que não vem, mas se eu devo terminar com um ditado, assim como comecei, "a esperança é a última que morre".