Resenha: Tua, por Claudia Piñeiro
sexta-feira, abril 10, 2015
Toda vez que termino de ler um livro, sempre deixo pra resenhar no dia seguinte para dar tempo de absorver a história e curtir um pouquinho da ressaca literária. Mas dessa vez não deu pra segurar. Meus dedos estavam coçando para falar sobre esse que é o primeiro livro que eu li da Editora Verus.
Claudia Piñeiro nos apresenta a família Pereyra. Inés e Ernesto tem um casamento de mais de vinte anos e uma filha adolescente. Inés, que vive pensando nos conselhos da mãe sem efetivamente seguí-los, tem a ideia - absurda - de que toda mulher está fadada a ser traída. E por isso, quando descobre um bilhete nas coisas de Ernesto com dizeres "te amo, Tua" e com o coração - ambos escritos com batom vermelho -, ela acha até normal. Mas "Erni" pode ser bem mais canalha do que se imagina e Inés pode ser bem vingativa.
Antes de começar a resenha, quero deixar meu super obrigada para o Skoob e para Editora Verus que me enviaram o livro como cortesia!
Meu sentimento pela Inés é algo pior que montanha-russa. Já tive vontade de abraçar ela, de gritar, de dizer "Alô Isabela Freitas, manda uma dosa de Não Se Apega, Não aqui pra essa personagem?" e até de dar os parabéns. No final, eu concluí que a Inés é uma mulher tão focada em não perder o marido, que ela mal percebe todos os problemas que a filha dela, claramente, tem em mãos. Por outro lado, quando ela realmente decidi dar uma guinada na vida, ela consegue ser egoísta. Egoísta, egoísta, egoísta. Em todos os pontos e todos os aspectos.
Se eu fosse avaliar esse livro só pensando nessa personagem, minha nota ia ficar abaixo de zero. Mas pensando no contexto, na história e no enredo que a autora criou, essa mulher paranoica - e eu digo paranoica mesmo! - estava no lugar e na hora certos. Ela é a personificação perfeita de tantas Marias, Joanas, Fernandas, Biancas... A Inés existe. Todo mundo conhece uma mulher que acha super normal os erros do marido. O que não deixa de ser loucura, é claro.
Quando eu comecei a ententer (veja bem, entender e não aceitar) o ponto de vista da Inés, me envolvi muito mais e achei o final ideal. Pra mim, foi o desfecho perfeito, exceto pela dúvida que fica em torno da Lali. Fora isso, eu achei extremamente incrível.
Eu acho que Tua é a história da vida real. Assim como nos livros de Liane Moriarty, Claudia Piñeiro desmascara algo que parece perfeito e intocável. Não fosse pelas peripécias da personagem principal, Tua teria a nota máxima.
2 comentários
Mesmo pela a sua nota, parece que após você entender a personagem o enredo ficou mais agradável, talvez, eu leria esse livro para descobrir o motivo por essa personagem aceitar os erros do marido.
ResponderExcluirsonhosaventurasdeamor.blogspot.com.br
Até que entendi, sim. Só não aceitei, hahahaha!
ExcluirBeijo! ♥
Faça uma blogueira feliz deixando um comentário ♥